quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Eucaristia de abertura da Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras evoca ao anúncio de Cristo “que ninguém consegue calar”

O Cardeal-Patriarca sustentou que “ninguém é capaz de calar” uma “experiência viva” de Cristo, que se “desencadeia e transmite”, levando os crentes a assumir a sua identidade na Igreja e no mundo. Na Eucaristia de abertura da Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras, sob um programa “simples e belo”, D. Manuel Clemente exortou os cristãos das vinte paróquias da vigararia, a anunciar e testemunhar Jesus, “reconhecendo-se a si próprio”, contagiando a sua “vida à partilha”.

Recordando que no tempo dos primeiros séculos do cristianismo, demorou a que houvesse “autorização oficial para ser cristão”, o Patriarca de Lisboa lembrou que passados três séculos daquele império romano, quando as realidades começaram a acontecer, ainda assim, “ninguém os calou”.

“Nós aqui estamos muito bem, pudera, não havíamos de estar bem em Torres Vedras”, manifestou o torriense D. Manuel Clemente.

Também neste domingo, 14 de janeiro, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial do Migrante e Refugiado. Para o Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, hoje em dia no mundo inteiro, existem cada vez mais cristãos a serem submetidos a diversas formas de perseguição. “Neste momento e dia, tantos irmãos nossos que arriscam a vida, mas arriscam mesmo, para se reunirem em alguma casa, quer para celebrarem a Eucaristia, como para transmitirem a sua palavra e o evangelho”, sublinhou.

Cada uma das paróquias desta vigararia, “transporta, em cada um, tanta coisa difícil, tanta coisa pesada e alheia, que espera redenção”. Segundo o responsável da Diocese de Lisboa é através do exemplo de Jesus Cristo “que nos faz viver de outra maneira”, e de uma “paz profunda”, que a reconciliação pode acontecer entre cristãos, utilizando toda a atividade evangelizadora e catequética.

Depois da ressurreição de Jesus Cristo, quando a história da Igreja o recomeça, o Cardeal-Patriarca pede a cada igreja e a cada uma das comunidades, que saibam responder sempre, “não temos ouro nem prata para dar, temos o nome e a pessoa de Jesus“. Que todo o ato catequético, palestra e conversa, pregação, homilia, em igrejas paroquiais e nas outras “igrejas domésticas” de cada família cristã, “se anuncie Jesus”, apelou.

Numa homilia espontânea e próxima, diante os seus conterrâneos, no Centro Pastoral de Torres Vedras, D. Manuel Clemente partilhou um episódio pessoal. “Reencontrei há tempos aqui um colega do meu grupo de catequese, nos anos 50, e perguntei-lhe se ele continuava a ir à missa; ele respondeu-me que sim, porque ‘com Jesus a conversa nunca mais acaba’”, revelou, justificando que as palavras dadas à sua questão, são hoje “teologia boa”.

“Às vezes contrista-me, eu próprio, e às vezes também, como nós passamos assim tão ao lado dos sinais da presença viva de Cristo ressuscitado nas nossas igrejas, distraídos ao sacrário e à palavra. É como acontece na nossa vida, os outros estão, mas se nós não dermos por eles, é como se não estivessem”, declarou.

“Os gestos simples representam a sua figura, que acolhe, que reconcilia, que consagra. Que o silêncio acolha, respeite, e tudo o que nós façamos convirja para Cristo; e depois a partir dele se aplique como uma companhia e uma presença demorada”, acrescentou, lembrando a azafama desmedida de muitas pessoas, na procura “de tantas coisas complicadas, para fazer o que deveria ser tão simples”.

Foi “a partir de Deus” e com dicas simples e práticas, que o Patriarca de Lisboa e seus Bispos Auxiliares, D. Joaquim Mendes e D. Nuno Brás, começaram a Visita Pastoral à Vigararia de Torres Vedras. Reunindo o clero, conselhos pastorais e comissões das igrejas das 20 paróquias, que compõem esta vigararia, a Eucaristia de abertura, participada pelos paroquianos, marcou a primeira ação do evento, que decorrerá até 11 de março, com o tema ‘Palavra e Missão’.

“Quando nós voltarmos a encontrar, daqui a dois meses, na conclusão desta visita pastoral, certamente, nestas palavras que vivemos e nas experiências que vamos tocando, tudo isto terá mais preenchimento nas nossas vidas, e muito fruto da tal Nova Evangelização, que tanta gente está à espera”, concluiu D. Manuel Clemente.


João Polónia/Comércio & Notícias (texto e fotos)

(notícia João Polónia publicada no Comércio & Notícias a 18 de janeiro de 2018)

http://comercioenoticias.pt/2018/01/18/eucaristia-de-abertura-da-visita-pastoral-a-vigararia-de-torres-vedras-evoca-ao-anuncio-de-cristo-que-ninguem-consegue-calar/


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