sábado, 23 de dezembro de 2017

Reclusos do Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha celebraram Festa de Natal

“Neste dia de festa, o esforço e o trabalho dos voluntários foi direcionado, essencialmente, para a ceia de Natal. Graças à sua colaboração, e generosidade de muitas pessoas e empresas da nossa cidade, foi possível colocar uma mesa diferente do habitual, ao redor da qual reclusos e visitantes confraternizaram dentro de um espírito de partilha e de total respeito pela dignidade humana”. As palavras são do coordenador geral do Grupo de Visitadores do Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha, em declarações ao Comércio & Notícias, revelando que o encontro de Natal ali celebrado, no passado dia 14 de dezembro, soube dar uma “maior aproximação” entre “a comunidade reclusa e o mundo exterior”.

Os párocos e assistentes religiosos da cadeia “estiveram também neste acontecimento”, dando assim “uma maior visibilidade à presença da Igreja no meio prisional, incentivando os visitadores a continuarem a sua missão”, sublinhou.

Apoiados no excerto bíblico “… estive na prisão e fostes visitar-Me” (Mt. 25:36), a Paróquia das Caldas da Rainha em conjunto com o Grupo de Visitadores, procura ao longo de todo o ano, desenvolver um trabalho de auxílio a quem está detido. São voluntários, homens e mulheres que se sentem impelidos como cristãos a estar com uma camada da sociedade, “tantas vezes esquecida e muitas vezes marginalizada”, explicou Fernando Alves sobre a dinâmica do movimento, evidenciando a utilidade da Pastoral Penitenciária, que nos últimos 35 anos progride na cidade caldense.

Durante a festa, a parte recreativa contou com espetáculo musical a cargo de outras entidades que, igualmente, colaboraram com o Estabelecimento Prisional. “É gratificante verificar que, num mundo tantas vezes alheio ao que o rodeia, as palavras solidariedade e compreensão ainda fazem sentido para muitas pessoas, como pudemos testemunhar na resposta às nossas solicitações de apoio”, sustentou o responsável.

Fernando Alves disse ainda ao Comércio & Notícias, que o trabalho do voluntário visitador de reclusos, no respeito máximo pela pessoa, independentemente dos seus atos passados, “traduz-se num apoio espiritual, humano e social”; confiando, sempre, “na capacidade de qualquer um de nós, corrigir desvios e de se poder inserir na sociedade, respeitando as suas leis e normas comportamentais”.

Para que o Natal tenha “um sentido e uma vivência mais completos para os nossos irmãos detidos”, foi também celebrada a Eucaristia, naquela instituição, aberta à comunidade cristã exterior.


Texto João Polónia/Comércio & Notícias | foto João Carlos Costa

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