terça-feira, 28 de novembro de 2017

D. José Traquina apresentado como terceiro Bispo da Diocese de Santarém

Na Eucaristia de apresentação à diocese, D. José Traquina revelou que regressa a Santarém “para servir”, do mesmo modo, que há 41 anos atrás, quando cumpria o serviço militar. O “percurso de vida na fé”, marcado pelos conselhos espirituais e o “acolhimento” vivido na cidade,  proporcionaram-lhe “a coragem” para alcançar o verdadeiro ‘clique’ no discernimento vocacional, fomentando também “o crescimento e o gosto de rezar”.

“Sinto alegria, mas não vaidade. Não me sinto superior a ninguém”, sustentou. O Bispo de Santarém considera que mais que “pôr em prática as páginas do Evangelho é realmente construir a casa sobre rocha firme”, transformando as “fragilidades” em “oportunidades para crescer e amadurecer”.

Agradecendo a hospitalidade afável de todos os diocesanos que contribuíram para arranjos e trabalhos em dia festivo, D. José Traquina não pode deixar de manifestar o reconhecimento pelos seus colegas bispos, dos quais alguns vieram de longe para poderem estar presentes. “Sinto esse conforto, é nessa alegria que encontrei na Conferência Episcopal Portuguesa, a verdadeira fraternidade, entre discípulos do Senhor”, sublinhou com o repto de “lembrarmo-nos uns dos outros em oração”.

Ao celebrar a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, os padres da diocese ofereceram como lembrança ao terceiro Bispo de Santarém uma cruz. “Não queremos que pense que nós, Diocese de Santarém, sejamos para si uma cruz, mas pelo contrário, afirmar a nossa vontade, de juntamente consigo, a elevar mais profundamente nestas terras ribatejanas, conscientes de que toda a nossa glória está na cruz”, garantiram, com o sentimento alegre conjunto de “sentir a cruz gloriosa do Senhor ressuscitado, a iluminar cada vez mais o coração dos diocesanos”. “Em toda esta celebração, desejamos reafirmar os nossos compromissos, aqui entregues em comunhão, na edificação e dilatação do reino de nosso senhor Jesus Cristo”, acrescentaram.

Depois de tomar posse como bispo diocesano a 25 de novembro na Sé Catedral, D. José Traquina presidiu este domingo à missa de entrada na diocese. A igreja de Santa Clara tornou-se pequena para acolher os milhares de fiéis, e a organização instalou um ecrã gigante no exterior para que todos pudessem participar.

Na homilia, o Bispo de Santarém afirmou que a presença de Deus na vida humana “não diminui a dignidade de ninguém, é uma graça que gere segurança e previne escravaturas antigas e novas”.

“A hierarquia da Igreja deve estar na primeira linha do testemunho da vida cristã”, através de “propostas do encontro com Cristo” quer na vida individual, familiar e comunitária, salientou.

Segundo o terceiro Bispo da Diocese de Santarém, os responsáveis pastorais devem testemunhar o dom da fé com a palavra e com a vida. “Na Igreja espera-se que os ministros ordenados manifestem cuidado e bondade pelo rebanho, agindo com verdade ao jeito de Jesus Cristo, Bom Pastor”, alertou, convidando todo o clero diocesano a “cuidar de forma permanente da qualidade do exercício do nosso ministério”.

Evocando a sua diocese mãe de Lisboa, onde nasceu e cresceu, D. José Traquina manifestou sentimento profundo para com as pessoas e instituições, que contactou durante a sua caminhada, lembrando de forma especial a paróquia de origem, de Évora de Alcobaça. Recordou também com reconhecimento, a paróquia de Alcobaça onde fez estágio pastoral, os seminários e pré-seminários de Lisboa, as paróquias que serviu enquanto prior, Bombarral e Benfica, e nos últimos três anos, as comunidades paroquiais e respetivos pastores da zona pastoral Oeste, “que me permitiram uma feliz experiência no exercício do meu ministério como bispo auxiliar”. Concluiu com gratidão a todos os que se envolveram na sua sucessão episcopal, realçando “o persistente e elevado zelo pastoral” do Papa Francisco, pelos pobres, e por o ter nomeado terceiro bispo da Diocese de Santarém.

A celebração solene marcada pela alegria, terminou em cortejo litúrgico até ao Convento de S. Francisco, onde todos os presentes puderam cumprimentar individualmente o novo bispo. No breve trajeto público, que separa os dois templos, e apesar da corrente humana formada pelos escuteiros em redor de D. José Traquina, foram muitos os que conseguiam abraçá-lo desejando felicidades para a sua nova missão episcopal.


João Polónia/Comércio & Notícias



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